Quarta-feira, 3 de Setembro de 2008

Li ontem no Diário de Notícias a coluna do meu caro colega Mário Soares. Longe vão os tempos do Colégio Moderno, onde eu bem teria gostado de ter estudado mas fui expulso logo no primeiro dia de aulas por estar contra a greve de fome de não sei qual prisioneiro de um país de que não me lembro. Se tivesse nascido trinta anos antes, até tínhamos sido colegas de carteira. Seja como for, o que lá vai, lá vai. Mas ultimamente acho o dr. Soares demasiado jovem para a idade. Com os anos, é normal que se tenha mais ponderação. Mas o Mário, não. Faz-me lembrar a mim quando tinha a idade que ele acredita que tem agora, que devem ser uns dezassete anos, por aí. Digo isto com toda a admiração e respeito. Até por que é a única maneira de compreender a sua renovada energia ideológica. Lembro-me de ele, há pouco tempo, a entrevistar Hugo Chávez. Parecia um puto a entrevistar o Batman. Estava encantador mas achei que devia estar com a auto-estima um bocado em baixo. Chávez podia ser seu sobrinho mas nunca seu tio. Enfim, já passou. Agora li a sua opinião sobre Obama no DN e surpreendeu-me o elogio a McCain sobre a escolha da sua vice-presidente: “Escolheu a Sarah Palin, governadora do Alasca, uma antiga miss, ultra-conservadora”. Há maior elogio para um homem do que ter nos próximos anos da sua vida uma ex-miss e ainda por cima ultra-conservadora? É o sonho de qualquer homem! Não é assim que Mário Soares vai tirar votos a McCain. E o que diz Soares de quem se supõe que admira quase tanto como o batman venezuelano? Que o mais importante de Obama é ser um americano de excepção, na linha de Lincoln, Franklin Roosevelt, Martin Luther King e Kennedy. Agora vejam. Lincoln, Luther King e Kennedy foram assassinados. Roosevelt teve melhor sorte, viveu paralisado mais de metade da sua vida. O homem exagera. Se queria elogiar, bastava dizer que a mulher de Obama também não está nada mal. Fora isso, tudo bem.



Publicada por Carlos Quevedo às 23:33
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