Sexta-feira, 14 de Novembro de 2008

Durante algum tempo vamos ter sossego na área da educação. A avaliação de desempenho só terá efeitos na colocação de professores daqui a quatro anos e não no próximo concurso, como o Ministério da Educação tinha anunciado. A oposição vai explicar que este volte face se deve a uma política eleitoralista. Os professores dirão que é um triunfo das suas mobilizações e o governo que é uma prova da sua disponibilidade política para chegar a um acordo. Todas estas perspectivas são naturais num sistema democrático. Eu, que não me vou apresentar nas próximas eleições, diria que, agora, todos têm razão. Antes de esta decisão ser tomada ninguém tinha. Vou explicar. Se tivesse havido disponibilidade política, talvez os docentes não se tivessem manifestado. Se não estivéssemos tão perto das eleições, talvez as manifestações não tivessem sido tão persuasivas. Se não houvesse disponibilidade política nem manifestações nem eleições talvez nem houvesse avaliações. Como diria um primo meu que mora na Índia, está tudo ligado cosmicamente. No entanto, é interessante verificar que todos estão essencialmente satisfeitos. Mesmo que tenha ficado decidido que as avaliações da discórdia serão aplicadas mais tarde. Mais ainda, todos no fundo aceitam que assim seja. A oposição não reclamou por serem relegadas para o fim do próximo mandato do próximo governo, seja ele qual for. Os docentes acham bem que as avaliações sejam postergadas, talvez com a esperança de serem esquecidas. O Governo fica contente por não ter mais chatices durante um tempinho. Temos de aprender com esta situação e aperfeiçoar o nosso sistema democrático. Podíamos estabelecer que sempre que houvesse uma lei que pudesse provocar alguma contestação social, adiar sempre para depois, bastante depois, da próximo acto electivo, para promover a disponibilidade de diálogo político. E ainda que todas as leis legisladas que provocassem qualquer mudança radical só podia ser aplicada pelo governo a seguir àquele que legislou. Isto evitaria o eleitoralismo. E, por último, todas as manifestações de protesto devem acontecer pelo menos quatro anos antes da aplicação da lei contestada. Estou sempre a dizer o mesmo: temos de aprender com a experiência. Fora isso, tudo bem.



Publicada por Carlos Quevedo às 23:33
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Comentários:
De ana cristina leonardo a 17 de Novembro de 2008 às 23:17
Como diria um primo meu que mora na Índia, está tudo ligado cosmicamente.

nada como um primo a viver na índia e metido a martelo num texto para nos fazer rir


De Ana Alves a 18 de Novembro de 2008 às 10:52
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