Quinta-feira, 12 de Novembro de 2009

Era impossível que um cabeçalho como este no Jornal de Notícias pudesse passar desapercebido: “Mulher usava vagina para esconder tesouro”. O romantismo da frase enganava. Falava de uma mulher que estava ocultar no sítio celebrado por poetas, e por outros menos poetas, o fruto dos seus furtos. Segundo os autos, na revista efectuada por uma agente da PSP, foram encontradas no centro da feminilidade da suspeita dois anéis, três brincos, três pendentes com pedras preciosas, um fio com cerca de meio metro, um relógio Omega Speed Master, duas pulseiras e duas medalhas com motivos religiosos. Se a quantidade impressiona, o peso total dos objectos também não é desdenhar. Como era de esperar, o homem ou os homens responsáveis por este pesado fardo não foram apanhados. Trata-se de um grupo de nómadas e, tal como o nome indica, sem domicílio fixo e por isso, impossíveis de notificar por desconhecimento de paradeiro. Não vou pôr em causa os métodos da Polícia porque não conheço os pormenores, embora não sejam muito animadores. O grupo já tinha sido identificado pela PSP e estava a ser investigado desde 2007. Julgo que as condições para a sua detenção não tenham sido as melhores e só puderam resgatar parte do tesouro encontrada naquele lugar outrora sagrado. Enquanto aguardamos pelos desenvolvimentos sobre esta investigação, não é exagerado alertar a população que compra jóias e relógios usados a tomar certas precauções. Desinfectar cuidadosamente os objectos adquiridos parece-me o mínimo que devem fazer. Para os mais exigentes, a próxima vez que comprem um pendente com pedras preciosas ou um ómega usado será prudente fazerem um teste HIV a estes artigos de luxo. Já conhecíamos aquela do nunca se sabe por que mão podem terem passado. Agora passámos a saber que não é só das mãos que nos temos de proteger. Fora isso, tudo bem.



Publicada por Carlos Quevedo às 23:55
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