Quinta-feira, 2 de Setembro de 2010

Parece confirmar-se que este ano não é bom para os ciganos. À iniciativa francesa de os expulsar, já a Bulgária aproveitou a boleia e endureceu a sua política contra a ciganada local. Mas tudo indica que isto é só o princípio do famoso efeito dominó. Agora chegam notícias de Inglaterra de um conhecido pedófilo, que esteve em Portugal na altura do rapto de Maddie McCann, e que até foi suspeito na altura. Numa carta escrita ao filho, antes de morrer vítima de um cancro na garganta, Raymond Hewlett escreveu que ‘Maddie’ foi raptada por uma máfia de etnia cigana que se dedica a raptar crianças para as vender por elevadas quantias de dinheiro a casais que não podem ter filhos. Ainda não há nenhuma prova da veracidade desta acusação, mas tenho a certeza de que a comunidade pedófila lhe vai erigir uma estátua por ter salvo o bom-nome de todos. Contudo, vamos ter de verificar se o pedófilo era também ciganofóbico ou um cidadão que apenas quis cumprir o seu dever cívico depois de morrer. Mas ficou claro que esta versão iliba os seus colegas de engate. Agora devemos também – ou apenas – suspeitar de qualquer casal que de repente apareça com um filho. Mas voltando à nossa minoria étnica, há que reconhecer que não tem sorte nenhuma. Ainda sem terem resolvidos os problemas de residência, seja onde for que residam, agora também têm de levar a menina McCann. A lenda dos Roma que raptavam criancinhas é finalmente uma verdade revelada por um pedófilo que não tinha nada a perder. O pior é terem descido vários postos, ou melhor, terem subido, na escala da antipatia popular. Como é evidente, ninguém vai fazer uma caça às bruxas aos casais que aparecem com filhos giros. Coitados. E bem vistas as coisas, os pedófilos já não são assim tão perigosos. Eles podem abusar de meninos e meninas, mas raptá-los? Só se fossem uns degenerados. Olhem, nem o Silvino raptava. Mas, os ciganos, lá isso, Deus nos livre! São todos uns rufias. Esses sim, são do piorio. Raptar aquele anjinho por uns míseros euros. Ah, o Sarkozy é que sabe. E os franceses também, que estão sempre na vanguarda. Fora isso, tudo bem.



Publicada por Carlos Quevedo às 23:53

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