Quinta-feira, 27 de Março de 2008

Foi uma notícia que estragou mais uma lua-de-mel: a Direcção-Geral dos Impostos pede as contas da festa. No dia seguinte o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais afirmou que as informações exigidas eram "excessivas" e que iam ser "corrigidas". Ainda foi mais longe e disse que eram facultativas e que não se aplicariam coimas. Na minha terra, isto não é uma correcção. É simplesmente de dizer o contrário. Acho óptimo. Quem dera que houvesse mais correcções destas nas Finanças. Com o tema dos «piercings» a correcção foi mais calma mas no fundo deu no mesmo. No máximo, vão proibir «piercings» na córnea ou nas amígdalas, coisa que, julgo eu, até o Bloco de Esquerda vai apoiar. O interessante é saber porque é que em tão pouco tempo, aparecem tentativas legislativas ou exigências fiscais que depois são corrigidas ou anuladas. Tenho três hipóteses. A primeira é que se trata de uma tentativa de sondar a opinião pública. Se passa, óptimo; se não, não faz mal. Há-de sempre haver alguém a afirmar que não era bem isso que queriam dizer. Como sistema pode ser desgastante, mas vá lá. Pode ser uma maneira de verem se estamos atentos. A minha segunda hipótese é que talvez exista um grupo de fanáticos que queira fazer uma espécie de golpe de estado burocrático. Às escondidas do nosso primeiro-ministro tenta impor uma ordem social própria. O líder com certeza é belga ou pelo menos mora lá perto. A minha terceira explicação e aquela de que mais gosto é que os autores destas iniciativas são membros da oposição e fazem estes disparates legislativos para desprestigiar o Governo e torná-los os mais antipáticos governantes de sempre. Há que reconhecer que é um plano muito engenhoso. Está a funcionar. Fora isso, tudo bem.



Publicada por Carlos Quevedo às 23:33
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