Quarta-feira, 26 de Novembro de 2008

A separação entre o Bloco de Esquerda e José Sá Fernandes foi oficializado. Amparados na nova lei do divórcio, os bloquistas não foram cá em conversas e a cisão foi decretada. Ninguém ficou com a culpa mas todos sabíamos que não se davam bem na Câmara de Lisboa. Sá Fernandes acusa o Bloco de não aprovar as suas relações com o PS. Pela sua parte, o Bloco acusa Sá Fernandes de estar sempre com o PS, de falar do PS e de elogiar tudo o que faz o PS na Câmara. Concordo que não há matrimónio que aguente tanta pressão. A pergunta que se impõe é se o Zé Fernandes é um adúltero ou se só faz género para tentar reavivar a chama do Bloco. Também é possível que o seu verdadeiro amor tenha sempre sido o PS e, por despeito ou solidão, tenha ido com o Bloco para a Câmara e mais nada. Com certeza o Zé vai querer continuar amigo do Bloco. Será que o Bloco poderá suportar uma relação com o Zé sem Câmara nem nada? Duvido. O Bloco de Esquerda é jovem e os jovens querem lá saber de relações platónicas e intelectuais que não tenham alguma acção, e muito menos sem Câmara. Mas o que fará o PS uma vez conquistado o Zé? A rotina mata a paixão, toda gente sabe disso. Por mais giro que seja o Zé, o PS vai sempre encontrar alguém mais giro, mais incorruptível e que seja tão bom ou melhor na Câmara que Sá Fernandes. E sobretudo que não tenha passado pelas mãos do Bloco. O Bloco não é nada apreciado no PS. Só a imagem de ver Sá Fernandes mesmo a tomar o pequeno-almoço com o Luis Fazenda e jantar depois com o Francisco Louçã pode dar voltas ao estômago de Sócrates. Claro que o estômago de António Costa é mais sabido e aguenta mais. Mas é duro saber que o Zé é um desses que vai com o Bloco para Câmara um dia, e no dia seguinte, voilà!, está na Câmara com nada mais nada menos que o patrão a admirar a frente ribeirinha. Já os estou a imaginar, românticos, a contar os contentores: gosta de mim muito, pouco, nada. E vão três. Gosta muito, pouco, nada. E vão seis. Assim sucessivamente, até mais não poder ver o Tejo. O amor é uma coisa bonita. Fora isso, tudo bem.



Publicada por Carlos Quevedo às 23:39
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